terça-feira, 16 de março de 2010

Feminologia: uma nova forma de tratar a saúde da mulher

SÃO PAULO - "A mulher do século XX não é nada parecida com a mulher da atualidade, que desenvolveu doenças não tão orgânicas como a medicina costumava tratar". Esta é uma afirmativa de Doutor Eliezer Berenstein, formado pela Faculdade Franciscana de Medicina, especialista em Ginecologista e Obstetra, pós-graduado em sexualidade humana pelo Instituto Sedes Sapientiae, de São Paulo, e especialista em feminologia - uma nova tendência da medicina, que trata da saúde da mulher com foco na feminilidade, e suas características. "Esta é uma nova postura da ginecologia perante aos três pilares universais da mulher, não só em relação ao seu corpo ou aos órgãos reprodutores", explica.
De acordo com Berenstein, para entender o conceito de feminologia, é preciso estudar o sexo feminino - um ser diferenciado e complexo - e sua vida, com suas referências hormonais, comportamentais e físicas. "É preciso estudar cada uma destas partes separadamente para compreender suas peculiaridades", afirma. Na opinião do médico, a ginecologia comum não trata, com a devida atenção, a época e o meio em que vive a mulher. "A dificuldade é a clínica entender o psicológico e psicológico entender a clínica", conclui.
Berenstein explica que com as transformações, às quais a mulher foi submetida, surgiram doenças como tensão pré-menstrual (TPM), disfunções sexuais, depressão do climatério, depressão pós-parto, menopausa, entre outras, que provocam disfunções hormonais, e que devem ser tratadas sob a óptica do conceito. "A feminologia cuida da mulher dentro de uma visão psíquica, física e emocional", esclarece.
Segundo o especialista, é preciso observar essas mudanças de forma agregada, analisando o conjunto formado por corpo, mente e emoções, pois os hormônios influenciam no psiquismo, que modificam a mente e conseqüentemente alteram o corpo. "A ciência tem de estar atenta às essas modificações do universo feminino, para poder oferecer qualidade de vida e saúde à mulher", diz o médico que defende a aplicação do conceito em tratamentos de mulheres de todas as idades.