Saúde e Beleza

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Orientações colaboram para a saúde na gestação

SÃO PAULO - Durante nove meses, a futura mamãe passa por transformações que mudam seu corpo e sua mente, e a colocam sob um novo papel diante da sociedade. O momento, principalmente às genitoras de primeira viagem, é de expectativa pela experiência. Pois apesar do novo título, ela não deixa outras funções para assumir a maternidade.
Saber se gravidez e o parto transcorrerão bem, e se o bebê chegará com saúde, são preocupações que provocam ansiedade à gestante, além das alterações hormonais, que podem influenciar sua autoestima, como ganho de peso e carência afetiva.
Para que a gestação seja prazerosa para a futura mãe, para seu bebê e para o pai, cuidados e orientações devem ser observados e acompanhados por profissionais.
Pré-natal
Depois de confirmada a gravidez, o passo inicial é começar o acompanhamento pré-natal. Desde a primeira consulta, o médico avalia riscos gestacionais, e planeja como vai seguir a evolução da gravidez.
Nos três primeiros meses, exames para diagnosticar anemia, diabetes gestacional, e doenças infecciosas, como hepatite e HIV, são importantes à saúde da mãe e do bebê. “O impacto de doenças como rubéola e toxoplasmose é grave para o feto, deixa sequelas”, explica a doutora Márcia Maria da Costa, ginecologista e obstetra, coordenadora do Hospital São Luiz, em São Paulo. Para ela, “fazer pré-natal desde cedo é importante para acompanhar as diferentes épocas da gravidez”. É o que também afirma o médico ginecologista Paulo Chinen, especialista em medicina fetal. Ele acrescenta que “o pré-natal é importante para ambos, mas no caso da criança, mudanças genéticas como a Síndrome de Down podem ser identificadas mais rapidamente”.
Os dois especialistas alertam de que a rotina de exames não se limita ao primeiro trimestre, mas segue durante toda a gestação, pois, no decorrer da gravidez, problemas como alteração da pressão arterial, entre outros, podem se desenvolver na mãe.
Práticas
Durante a gestação é aconselhável que a mulher faça atividades físicas. Essa prática colabora com o condicionamento do corpo e do sistema respiratório, além de ajudar a recuperação do pós-parto. Mães sedentárias, porém, precisam aguardar a passagem do terceiro mês para evitar abortamento. “Exercícios como natação e hidroginástica são ótimos, pois funcionam como drenagem e ajudam a redução de inchaços próprios da gravidez”, explica Chinen.
Se a mulher for atleta, não precisa suspender os treinos, apenas diminuir a intensidade dos exercícios. “Pilates, ioga e leves caminhadas também são indicadas. O importante é se mexer”, conclui Márcia Maria.
A terapeuta ocupacional Ludmila Pedroso, professora de pilates para gestantes da CGPA Pilates, explica que o treino, está focado na melhora da movimentação do períneo feminino — o que pode evitar incontinência urinária —, no fortalecimento do assoalho pélvico — importante para o momento do parto —, e tonificação das pernas para alívio de sobrecarga na coluna. “A finalidade do pilates é oferecer à futura mamãe qualidade de vida e preparação para o parto e pós parto”, esclarece.
Márcia Maria lembra que cursos para gestantes dão informações úteis sobre alimentação, dermatologia, entre outros temas, “que são importantes inclusive à maior participação do pai”.
Psicologia
Na gravidez, a mulher fica mais sensível, carente e, por vezes, até “enciumada”, pois todos estão voltados ao novo integrante da família. Nessas situações, surgem formas de chamar a atenção em seu favor, como os desejos por alimentos inusitados em horários impróprios.
A psicóloga Maria Regina Domingues de Azevedo afirma que os tais “desejos” são psicológicos e que podem ter efeito sob o pai também. “Alguns homens sentem enjoo e ficam sonados”, diz Maria Regina. Segundo ela, esta é uma forma de dividir com sua parceira o sentimento que no período é só dela. Para a mulher não sofrer depressão pós-parto, que pode se desenvolver por vários motivos, inclusive a dificuldade de aceitar o corpo após a gravidez, Maria Regina diz que “o trabalho de psicologia deve ser feito de forma preventiva”, com recomendação de consciência do corpo. “Precisa estar claro que, como precisou de nove meses para a barriga crescer, também precisará de tempo para o corpo voltar ao que era.”
As longas conversas e leituras infantis para o bebê, ainda na barriga, não têm fundo psicológico. Segundo Márcia Maria, depois do terceiro mês, o feto já pode ouvir o som. “É a questão da aceitação e do carinho. Tudo o que passa de positivo par a criança ajuda no processo de construção da sua personalidade”, conclui.
Compartilhar
Depois de tantos cuidados, a mamãe quer dividir suas emoções com pessoas que foram importantes nesse processo. Algumas entidades de saúde desenvolvem tecnologias que possibilitam partilhar esse momento. É o caso do Hospital São Luiz, que lançou, em abril, o “Nascimento transmitido via internet” —com imagens ao vivo—, e o da Maternidade Santa Joana, que filma o parto e depois disponibiliza a imagem.

Por: Carla Machado


terça-feira, 16 de março de 2010

Feminologia: uma nova forma de tratar a saúde da mulher

SÃO PAULO - "A mulher do século XX não é nada parecida com a mulher da atualidade, que desenvolveu doenças não tão orgânicas como a medicina costumava tratar". Esta é uma afirmativa de Doutor Eliezer Berenstein, formado pela Faculdade Franciscana de Medicina, especialista em Ginecologista e Obstetra, pós-graduado em sexualidade humana pelo Instituto Sedes Sapientiae, de São Paulo, e especialista em feminologia - uma nova tendência da medicina, que trata da saúde da mulher com foco na feminilidade, e suas características. "Esta é uma nova postura da ginecologia perante aos três pilares universais da mulher, não só em relação ao seu corpo ou aos órgãos reprodutores", explica.
De acordo com Berenstein, para entender o conceito de feminologia, é preciso estudar o sexo feminino - um ser diferenciado e complexo - e sua vida, com suas referências hormonais, comportamentais e físicas. "É preciso estudar cada uma destas partes separadamente para compreender suas peculiaridades", afirma. Na opinião do médico, a ginecologia comum não trata, com a devida atenção, a época e o meio em que vive a mulher. "A dificuldade é a clínica entender o psicológico e psicológico entender a clínica", conclui.
Berenstein explica que com as transformações, às quais a mulher foi submetida, surgiram doenças como tensão pré-menstrual (TPM), disfunções sexuais, depressão do climatério, depressão pós-parto, menopausa, entre outras, que provocam disfunções hormonais, e que devem ser tratadas sob a óptica do conceito. "A feminologia cuida da mulher dentro de uma visão psíquica, física e emocional", esclarece.
Segundo o especialista, é preciso observar essas mudanças de forma agregada, analisando o conjunto formado por corpo, mente e emoções, pois os hormônios influenciam no psiquismo, que modificam a mente e conseqüentemente alteram o corpo. "A ciência tem de estar atenta às essas modificações do universo feminino, para poder oferecer qualidade de vida e saúde à mulher", diz o médico que defende a aplicação do conceito em tratamentos de mulheres de todas as idades.

Por: Carla Machado