sexta-feira, 19 de abril de 2013

Denise Fraga emociona no drama “Hoje”


Mesmo para quem não viveu nos anos mais dolorosos de 1964 a 1985, provocados pela repressão da ditadura militar no Brasil, só de ouvir as histórias e passear pelas ruas do centro de São Paulo, em meio aos grandiosos prédios – muitos, testemunhas daquela época –, consegue imaginar a luta e a tristeza de milhares de cidadãos sonhadores, perseguidos e torturados por policiais, por vezes, até chegar à morte em prol de um ideal: um país democrático e livre.
Em busca de um objetivo, muitos deixaram para trás pai, mãe, mulher, marido, filhos, grandes paixões e amizades, por vezes, sem sequer, se despedir. Centenas encerraram seus ciclos com uma sepultura anônima ou fugidos do País, outros tantos, sequer soube-se o destino, porém tiveram seus nomes inclusos na lista de desaparecidos políticos no Brasil, documento que garantiu a muitos familiares indenizações em dinheiro para reparar o dano causado às vítimas do regime.
Para tratar de um assunto histórico de forma tão atual, a diretora Tata Amaral trouxe para “Hoje”, nome do novo longa dirigido por ela, a história de Vera (ou Ana Maria), e Luiz (ou Carlos) interpretados por Denise Fraga e Cesar Troncoso, que interpretam um casal “companheiro” e apaixonado que vivem um reencontro após décadas de separação causada pelo período da ditadura.
Vera, ex-militante política, recebe uma indenização do governo brasileiro pelo desaparecimento do marido. Com o dinheiro, ela decide comprar o tão sonhado apartamento, mas exatamente no dia da mudança Luiz reaparece, provocando um turbilhão de emoções e lembranças, e levando Vera a tomar decisões importantes. O longa estreia nesta sexta-feira (19).
Denise Fraga conversou com a reportagem e conta detalhes de seu personagem, a quem considera “a mais complexa e dramática que já interpretou”. Confira:
Como você lida com essa transição entre o cômico e o drama?
O meu terreno preferido sempre foi o do meio. Acho um lugar precioso, porque a vida não é dividida em drama e comédia, e tenho um pouco de aflição quando a gente estreia um trabalho e as pessoas perguntam: é para rir ou para chorar? Sempre falo: são os dois. Sempre fui de um lugar para o outro em vários trabalhos que tinham as duas emoções juntas, sendo exatamente dramática e em poucos minutos deixar a plateia em gargalhadas.
Como você se sente em passar essas sensações para o público?
A gente ri pela inteligência do que se compreende, e se emociona pelo sensorial. Quando consigo fazer uma pessoa rir ao mesmo tempo em que provoco emoções nela, me parece um estado perfeito de captura dessa pessoa, porque ela está sendo tomada pela mente e pelo coração. Adoro quando sinto uma risada interrompida por uma flechada de dor no meio do personagem. Adoro fazer isso como atriz. Ao mesmo tempo que tem alguém prestes a chorar e eu a faço rir. Esse lugar é de uma dubiedade muito rica, forte e fértil para a compreensão das ideias. E não tem problema ser drama ou ser comédia. Se for os dois, melhor.
Como você recebeu o convite da Tata para fazer esse filme?
Fiquei muito feliz por ele ser só drama. Acredito que há um preconceito, e as pessoas gostam de colocar rótulos. Por vezes, me associam muito à comédia. Porém, o convite da Tata significou que ela viu vários trabalhos meus, e só o convite em si já me deixou lisonjeada.
Como foi a sua preparação para viver a Vera de “Hoje”?
O César Trancoso e eu ensaiamos por cerca de dez dias, fizemos laboratórios e assistimos aos depoimentos que a Tata colheu para a minissérie “Trago Comigo”, onde as pessoas que foram presas e torturadas relatam suas histórias. Esses depoimentos foram fundamentais. Toda a preparação nos deixou em um estado sensorial muito bom para a delicadeza que seria o set desse filme.
Qual é a sua avaliação sobre o roteiro?
O filme é sobre uma mulher que quer se renovar, e sobre a tentativa de liberdade em vários sentidos dentro de uma história muito íntima.
O que mais chamou a atenção da Denise Fraga no roteiro?
Dentre a minha preparação, li muito sobre a história do Carlos Marighella e da Clara Charf, por exemplo, que formavam um casal companheiro. Tem uma coisa que amo no filme, que é ficar pensando em quantas mulheres eram apaixonadas por um herói revolucionário e como se misturava a paixão por um homem e a paixão por um ideal naquela época. Fico pensando, no caso de muitas dessas mulheres: quando ele [o homem] se foi, o que restou desse ideal? Um dia elas foram separadas de seus companheiros e nunca mais os viram. É uma vida que não consegue continuar.
O filme estreia em um momento em que se discute muito a Comissão da Verdade. Na sua opinião, como o filme contribui com esclarecimento da sociedade?
Aconteceu uma sincronicidade muito interessante porque filmamos em 2011, o filme demorou para ser lançado, e desde então a Comissão tem ganhado muita força, tentando driblar a lentidão das burocracias. Há muito tempo vivemos em uma democracia e é muito estranho que ainda tenhamos uma caixa preta, um lugar que não podemos tocar. Independentemente do julgamento dos responsáveis, é muito estranho pensar que podemos estar no mesmo restaurante que um torturador conhecido, reconhecido por suas vítimas.
Você disse que esse filme é muito importante para você. Por quê?
Primeiro pela delicadeza do roteiro. Depois, porque foi um trabalho lindo com a Tata, que é uma diretora muito sensível que eu admiro. E porque, talvez tenha sido o trabalho que mais falei no silêncio, que mais falei entre as falas. Digo sempre que é o personagem mais complexo, porque foi o que teve mais lados, e com muitos sentimentos e contradições juntos.
“Hoje” recebeu cinco prêmios no Festival de Brasília, inclusive de melhor atriz. Como é participar de um trabalho dessa categoria?
Foi um dia muito especial. Lá mesmo eu via as pessoas falando frases inteiras que a gente falou. Acho que isso é um sinal que o trabalho chegou na sua comunicação plena.
Como foi contracenar com o Cesar Trancoso?
Fiquei muito feliz porque sou fã dele. É um ator intenso e de grande presença. Ele fala com pouco, é muito inspirador, além de ter um humor ímpar.
E a experiência de ser dirigida pela Tata Amaral?
Foi  maravilhosa. Além de ser muito sensorial, ela trabalha de forma especial ao se apropriar das suas obras anteriores, porque sempre tem uma pessoalidade muito forte. Mostra algo que ela quer dizer com um conhecimento de causa.
Qual é a sua expectativa em relação ao lançamento do filme?
O filme não é apenas sobre a ditadura, é sobre uma história de amor, de um casal apaixonado, interrompido por um período crítico. Espero que as pessoas se emocionem como a gente se emocionou fazendo e pensando o quanto isso faz parte da nossa história. Filmes assim não serão suficientes em números para tentar entender o que foi essa parte da nossa história. Pessoas que tinham um ideal com pensamentos totalmente positivos, que levaram uma rasteira da tortura.

*Fotos: Edson Lopes / Divulgação

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Hair Brasil 2013 fortalece o setor da beleza


Evento que movimentou a capital paulista entre os dias 6 e 9 de abril recebeu 97 mil profissionais da área para conferir novidades de 900 marcas nacionais e internacionais
O Brasil é o terceiro maior mercado do mundo em consumo de cosméticos, com 10% da cota. No segmento de cabelo, a representatividade é ainda maior, o País ocupa a segunda posição, com cota de 12,5%. Em 2012, a indústria brasileira de produtos de beleza, cosmético e higiene pessoal contabilizou US$ 42 bilhões em vendas ao consumidor.
Para um mercado forte e em expansão como esse é que foi criada a Hair Brasil - Feira Internacional de Beleza, Cabelos e Estética que, em 2013, chegou à 12ª e agitou a capital paulista na última semana.
Reconhecida como um dos principais eventos de beleza da América Latina, a Hair Brasil reúne os lançamentos da indústria e promove a geração de negócios entre os profissionais das áreas de cabelos, estética, maquiagem e manicure. Nesta edição a feira recebeu 97 mil visitantes oriundos de todo o Brasil e de mais de 20 países, como Argentina, Chile, Colômbia, Bolívia, Peru e Equador. Profissionais que tiveram a oportunidade de conhecer as novidades de 900 marcas expositoras nacionais e internacionais.
Eventos simultâneos
Um destaque da feira, para os profissionais da área que buscam melhor qualificação, é o Fórum Hair Brasil, no qual mais de 100 eventos simultâneos movimentam a agenda do público visitante com programação de workshops, congressos, seminários e shows de tendências em cabelos e maquiagens, que são apresentados por renomados cabeleireiros, maquiadores, manicures e consultores de estilo que mostram suas técnicas para inspirar a plateia do Hair Brasil Fashion Show.
Neste ano, foram 12 shows que contaram com a participação das marcas internacionais Senscience, TIGI, e Davines, e nomes de peso do hair sytlists  nacional e internacional como Lance Blanchette, Domenico Tomei, Joel Torres, Paulo Persil, Robson Trindade, Charles Veiyga e Mônica Casado.

Paulo Persil fala das inovações para os cabelos


Inspirado por um amigo cabeleireiro, nasceu uma enorme paixão por penteados, assim que Paulo Persil viu o resultado nos cabelos de uma noiva. Com o desejo de ser um “penteador de noivas”, nasceu um profissional que foi em busca das técnicas aplicadas nas madeixas e para entender sobre fios, estruturas, volumes e outros temas sobre os cabelos. Ao final, além de fazer parte de um grupo de profissionais da beleza, Persil se destacou com o que mais gosta de fazer: Pentear noivas. O que lhe deu o título de “mago das noivas”, mas lembra que essa característica do seu trabalho chegou de forma natural, sem especializações.
Além do amigo Marcos Fenning, sua primeira inspiração, Persil também lembra da passagem que teve ao lado de Marco Antonio de Biaggi, oportunidade que segundo ele foi “um divisor de águas na profissão”, porque aprendeu a se observar como uma marca, a qual precisa ser divulgada, para que as pessoas conheçam o seu trabalho.
O hair stylist foi um dos profissionais que agitaram o Fórum promovido durante a Hair Brasil; o profissional ministrou o workshop de aperfeiçoamento em penteados durante o Hair Brasil Fashion Show. Muito requisitado pelo público, foi o primeiro profissional a ter toda a plateia ocupada para os dois dias de apresentação, antes do início da feira. A reportagem do Shopping News esteve com Persil dois dias antes da feira. Confira a entrevista:
Você possui a técnica e está sempre em busca de mais conhecimento. Na sua opinião, o que mais lhe garantiu o título de “mago da noivas”?
Creio que quando fazemos algo que gostamos muito, é impressionante o quanto é fácil de realizá-lo. A primeira coisa que digo nas minhas palestras é ‘tudo isso que vocês estão vendo eu fazer, não é sacrifício é um prazer’. Simplesmente faço. Existem duas formas na vida da pessoa se destacar. Ela tem talento ou técnica. O talento é divino, e acredito que Deus me deu esse talento.
Até o momento, quem foi a noiva que marcou a sua carreira?
Tenho momentos muito importantes. Tive noivas que me tocaram e simplesmente penteei, dei como presente sem cobrar nada. E tive momentos que considero como um Oscar, como ter penteado a Athina Onassis.
Por quê?
Inúmeros cabeleireiros no mundo inteiro queriam penteá-la. Cheguei a receber propostas milionárias de revistas que pagariam por uma foto dela durante a preparação do casório. Tive a oportunidade de ficar com ela em vários momentos, até o dia do casamento. Tive todas as chances do mundo, mas não tenho uma foto ao lado dela. Foram momentos que ficaram no meu coração, e ser escolhido por ela foi uma honra.
Como é lidar com as clientes famosas?
Não as atendo de forma diferenciada das minhas outras clientes. Foi uma decisão profissional que tomei a cerca de 10 anos. Já trabalhei com elencos de novelas, minisséries, filmes e teatro, além de mais de 300 capas de revista e 3 mil editoriais, para entender que a minha área é o salão. Se estou no salão, não tenho tempo de me dedicar à agenda do artista. Mas, claro as atendo como todas as minhas clientes.
Como é fazer parte de um momento tão especial na vida de uma pessoa, como o casamento?
Costumo dizer que me alimento da alegria das noivas e de toda a energia positiva que ela está vivendo. Participo de um momento máster. E com o passar dos anos, consegui algo ímpar na minha carreira, que é quase sempre eu dizer o que vou fazer e elas confiarem no meu trabalho.
O Persil está ampliando sua rede de salões, como será essa nova dinâmica? Conte-nos os detalhes, por favor.
Sempre tive vontade de começar a espalhar o meu nome pela cidade. Tem alguns bairros estratégicos de São Paulo, que pretendo me instalar. Além disso, temos um problema no mundo inteiro, que é a superlotação em todos os lugares. Outro ponto importante é o trânsito. Minhas clientes de diferentes bairros não conseguem chegar ao salão, e pretendo facilitar um pouco esse caminho.
Como isso vai acontecer?
Tenho um trabalho especializado em festas, por isso meu tipo de negócio funciona em muitos lugares. Por isso também estamos inaugurando a segunda unidade que será no mesmo bairro, para que eu possa realizar todos os serviços do Dia da Noiva, na unidade já existente, e os demais clientes do dia-a-dia serão atendidos na nova unidade.
Tem algum diferencial nessa nova unidade?
Sim. Além do atendimento cotidiano, um dos novos serviços é o atendimento a domicílio, uma nova tendência do mercado, que até já realizamos há algum tempo, porém ainda não era oficial. Agora, já faz parte dos nossos serviços.
Como pretende dividir seu tempo entre as unidades?
Pretendo ficar no período das manhãs na nova unidade,  e no período da tarde no atendimento à noivas.
Falando de Hair Brasil, como é a sua participação dentro deste evento que é considerado o maior da América Latina?
Com os anos, passei a ser reconhecido no meio educacional da área, tanto que fui o único profissional com dois workshops dentro do evento e que já estavam lotados dois meses antes da data. Passei a ser reconhecido pelo trabalho e isso é muito gratificante, porque consigo passar um pouco da minha técnica para outros interessados.
Quais são as apostas da indústria da beleza para a cadeia de serviços voltados aos cabelos?
Estamos vivendo um movimento muito forte e importante, que é o cabelo natural. Em minha opinião, esse está sendo o grande destaque do momento. Diante disso, tudo que tínhamos voltado para alisamentos, escovas progressivas, químicas fortes, perdeu intensidade e  está mais leve. Não estamos vendo mais uma insistência das grandes marcas em propor esses tipos de produtos. Com a volta do cabelo mais natural, a indústria deve insistir mais em tratamentos para devolver brilho, definir cachos, deixar as pontas menos aparentes. O movimento será bem maior para a qualidade de fio do que para o estica e puxa.
Dentro desta perspectiva, o que o mercado deve apresentar para os consumidores?
Daqui para frente o cabelo será bem mais natural e não deve seguir a tendência do liso perfeito, por exemplo. Por isso, até as empresas que estão trabalhando para o liso estão na busca de produtos que trabalhem com vários tipos de lisos, que se aproximem mais do natural, que não estique tanto a fibra dos fios. A busca por tratamentos será muito maior do que pela transformação. Além do investimento em produtos de manutenção, com uso comum, prontos para serem aplicados em casa, pelo consumidor.
Como os salões lidam com essas mudanças da indústria que dão maior autonomia para os consumidores?
Os salões passam a reeducar e buscar novos caminhos. Atualmente os salões de beleza tem um nicho muito forte, que é o setor das festas. Até pouco tempo atrás, a maioria dos salões de beleza não faziam penteados, atualmente, em razão da mudança do mercado, todos os salões de beleza insistem em ter no sábado, o movimento do penteado. Isso acaba melhorando o movimento da equipe e os as pessoas vão se adaptando. O fato de a cliente poder carregar um bom produto na bolsa não significa, por exemplo, que ela não deva cortar as pontas dos cabelos a cada três meses ou fazer uma hidratação profissional.
Como os clientes lidam com isso?
Eles não fogem do salão e sim buscam o profissional de uma forma melhor. E esse próprio profissional vai oferecer produtos que vão fazer com que o cliente não se arrisque nas prateleiras, sem saber o que comprar.
E com relação às tendências de cortes e cores, o que deve fazer as cabeças de homens e mulheres nas próximas estações?
Sou um pouco contra a ditadura da moda, porque em 17 anos de carreira me deparei com climas totalmente diferentes da estação. Sol escaldante em junho, chuvas fortes em dezembro entre outros casos. Por isso, minha defesa em prol do cabelo saudável. Não gosto de modismo e nem copiar os cabelos de famosos. Gosto de entender os cabelos dos meus clientes e o que fica bem para eles. E como as pessoas já estão entendendo isso, acredito que a moda será buscar o seu melhor natural.
Mas, dentro do evento, o que foi tendência?
Quando trabalhamos em uma feira como a Hair Brasil, é um momento máximo nosso de criação. É uma semana de moda para nos cabeleireiro e para os profissionais que se apresentam no palco. O que apresentamos é um caminho a ser seguido, mas quase nenhum penteado é para ser usado dentro do salão. Mostramos a tendência, dessa vez o que apresentamos é o natural.
Como isso é mostrado para o dia a dia?
Atualmente, a mulher quanto mais despenteada mais incrível. O rabo de cavalo, meio afrouxado, quase mal feito é o rabo perfeito. A trança, que ela mesma fez, é a do momento. Por isso, a leveza e naturalidade o tempo todo deve fazer o diferencial daqui para frente. O importante é buscar o diferencial em cada estilo. Encontrar o cabelo que funciona bem para cada pessoa. Na Hair Brasil a intenção foi mostrar um cabelo simplesmente normal.
Qual é a inspiração?
Eu vejo a mulher como sinônimo de beleza. Tenho filha, neta, mãe, irmã, sou cercado de mulheres. O que vejo ao longo da minha vida é que todas as mulheres que me cerca quiseram simplesmente ficar bonitas. Elas mudam de estilo de cortes, usam diferentes tonalidades, mas com o objetivo de ficar bonita e encontrar um momento para se sentir bem consigo mesmo. Isso é moda. Se atualizar e fazer com que algo mude a sua aparência, mas que faça a pessoa se sentir melhor.
E em relação às cores?
Existe uma gama incrível de cores e não adianta ditar qual é a que vai ficar melhor. Em exemplo: Consegue imaginar a Adriane Galisteu com cabelos castanhos? Não existe isso. O que existe é que cada um é cada um, e em cada ser é possível muitas coisas. Se a pessoa gosta de se arriscar e tem a pele morena, os marrons e tons avermelhados ficam incríveis. Se a opção é por mechas, em uma pele mais morena, tons suaves com pontas claras, com fundo escuro são ótimas opções. É isso que deve seguir, regras simples, os demais são por conta de cada estilo e de como cada pessoa se sente melhor. Quanto mais a pessoa buscar o natural, mais tranquila e na moda ela vai estar. O jeito da gente é sempre o melhor.
Os looks internacionais ainda têm a mesma força que antes?
Em minha opinião, especialmente em razão da Internet, não tem mais nada que entre no Brasil. Ainda tem em algumas camadas da sociedade a cultura de copiar o cabelo de das atrizes de novela, que tem grande influencia sobre o público. Mas, não significa que todas as mulheres sofrem essas influências. Antes as pessoas eram bem mais influenciadas como, por exemplo, na época da Rita Realdi, que fez filme Gilda, na década de 1940, que tinha uma onda nos cabelos que fascinou o mundo por uma década. O que tivemos na última década, foi a Gisele Bündchen, que o mundo se rendeu a esse cabelo, é uma brasileira e usa-o todo no natural. Por isso digo que não temos mais a necessidade de importar esses estilos.
Para finalizar, estamos entrando em uma época crítica para os cabelos, que é o inverno. Qual é a orientação para tratar os fios?
Tem um sério problema que acontece nos cabelos nessa temporada que é o mesmo que ocorre com a pele. Todos pensamos que a hidratação é necessária apenas no verão, e isso não é verdade. A hidratação é precisa durante todo o ano, porque o frio também resseca. Cuidar dos cabelos no inverno é muito difícil porque temos um agente externo que é o calor da água do chuveiro. Geralmente aumentamos a temperatura da água e quanto mais quente a temperatura, mais abre a escama do cabelo, mais difícil é a ação dos cremes, e mais aparência de ressecado.
Como solucionar esse problema?
O que faz um resultado incrível e que todos deveriam, pelo menos,  tentar fazer, é  lavar a cabeça com água fria ou não tão quente, independente da estação do ano. Geralmente lavamos a cabeça com a temperatura da água mais amena no verão. Se conseguir manter a mesma temperatura durante o inverno, pelo menos para o cabelo já é perfeito.
Tem alguma técnica?
Geralmente oriento que as clientes inclinem a cabeça para frente do corpo, joguem os cabelos para frente e, literalmente, lavem a cabeça com a água fria. Isso, com certeza, já fará um resultado incrível.