De acordo com um levantamento realizado no segundo semestre de 2009, pela ONG Plan Brasil, com dados de 5.168 estudantes, das cinco regiões brasileiras, foi constatado que, dos alunos ouvidos, 70% afirmam ter presenciado cenas de violência entre estudantes e 30% dizem ter sofrido agressões. Desse percentual, o bullying foi sofrido ou praticado por 17% dos consultados. A pesquisa ainda aponta que cerca de 12,5% das vítimas são meninos, e cerca de 7% são meninas, e que a maior incidência acontece na passagem do período de infância para adolescência, entre 11 e 15 anos.
A margem das pesquisas, profissionais de diversos segmentos trabalham no intuito de combater tal ação. É o caso da jornalista Cleisla Garcia, que lança nesta quinta-feira (22), na Saraiva Megastore Higienópolis, em São Paulo, o livro infantil intitulado “A Maria-Fedida que queria ser joaninha” e que aborda, por meio de fábula, a questão do bullying de maneira lúdica e inocente. “A ideia é fazer um trabalho de formação com as histórias. A criança vai começar a identificar a agressão, perceber que está sendo agredido e se defender”, explica a autora da obra.
Cleisla afirma que é importante o tema ser proposto às crianças, mesmo que de forma divertida, para evitar qualquer tipo de exclusão, seja social, econômica ou cultural. “Na fase inicial do bullying os pais não sabem o que está acontecendo. Até que ele seja percebido, a criança já sofreu muito. Algo que estimula a evasão escolar, por exemplo”, afirma a escritora que também alerta para o cyber-bullying — aquele praticado pela internet. “As informações são mais rápidas, ostensivas e oculta. Desta forma, os números ganham maior proporção”, relata.
A autora adianta que este é o primeiro de uma série de livros para tratar sobre os diversos tipos de exclusão. A próxima obra, que abordará a questão da deficiência visual, e será desenvolvida em braile, tem previsão de lançamento para dezembro de 2010. "Queremos tratar todas as formas de diferenças" afirma a escritora que tentará mostrar em seu trabalho que ser criança, por vezes, pode ser também cruel. "A leitura infantil é muito difícil, tudo precisa ser subliminar. O que elas [crianças] perceberão é a dor de fazer a outra sofrer", explica.
Para ela, é "preciso criar a sementinha da solidariedade ainda cedo, para que a criança perceba que brincadeiras até são normais, mas zombarias em excessos magoam". Segundo a jornalista, a obra é indicada para crianças de até oito anos de idade, mas como o assunto é tratado com profundidade, além de ter belas ilustrações, se torna um atrativo interessante que atinge crianças maiores - com até 12 anos de idade.
Serviço:
Lançamento - Livro infantil "A Maria-Fedida que queria ser joaninha". Autora: Cleisla Garcia. Editora: Cittá. Preço: R$ 25,00
Fotos: Divulgação
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